O artista brasileiro Gabriel Wickbold abre galeria em Londres

Gabriel Wickbold é conhecido no cenário artístico por sua independência. Em um mercado onde os artistas geralmente são representados por galerias, ele sempre buscou um caminho próprio. Agora, em uma nova fase de sua carreira, ele inaugura amanhã sua primeira galeria fora do Brasil, em Londres.
A localização escolhida não poderia ser melhor. A galeria está situada no Ham Yard Village, um charmoso espaço com lojas, restaurantes e ateliês, dentro do Ham Yard Hotel, no Soho. O bairro é conhecido por abrigar galerias de arte e fotografia, como a Frith Street Gallery e a The Photographer’s Gallery.

No espaço, serão exibidas 14 peças, uma mistura de suas coleções, com preços variando de 8.000 a 35.000 libras, o equivalente a 50.000 e 225.000 reais. Embora seja uma definição simplista, pode-se descrever a obra de Wickbold como fotografias com intervenções artísticas baseadas em conceitos.
Por exemplo, a série “Sans Tache” mostra fotografias de corpos de homens e mulheres que foram expostos à técnica de grilagem. Em contato com grilos, o papel adquire uma aparência envelhecida e marcada. A coleção questiona a relação entre tempo e imagem.
Gabriel Wickbold já possui uma galeria na Vila Nova Conceição, em São Paulo, mas há tempos vinha planejando uma expansão internacional. No início do ano, chegou a negociar com a Opera Gallery, presente em 12 países e que representa artistas como Anish Kapoor.

“No entanto, não fiquei satisfeito com o plano que eles me apresentaram”, diz Wickbold, em uma entrevista por telefone de Londres. “Estava ansioso para iniciar essa expansão para o exterior e decidi empreender por conta própria. Já tive exposições em outros países, participei de mostras internacionais e sempre recebi ótimos retornos de colecionadores estrangeiros.”
Ainda este ano, Wickbold planeja abrir galerias em Portugal e nos Estados Unidos. Em Lisboa, ele já encontrou um espaço no bairro do Chiado. Em Miami, ainda está em busca do imóvel adequado. Também estão previstas inaugurações em Brasília e Balneário Camboriú, cidades que ele considera terem um público com bom potencial de compra, sempre com investimento próprio.

“Não sou visto no exterior apenas como um artista brasileiro. Acredito que os temas que abordo são universais e as pessoas não têm referências pessoais, têm um olhar puro para o meu trabalho”, afirma. O artista faz parte da família proprietária de uma tradicional marca de pães. Seu irmão, Pedro, é o atual CEO da empresa.
Wickbold está começando a se aventurar em novas formas de expressão, como as instalações. No fim, sua intenção é a mesma: apresentar uma arte “eye candy”, algo que seja um “doce para os olhos”, como ele mesmo define, algo que chame a atenção e se conecte com o público cada vez maior.

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